Receber
uma notícia ruim inesperada ou ficar deprimido após uma perda abrupta
são situações de estresse intenso que causam dor no coração, metáfora
que ilustra com perfeição o problema, a chamada “síndrome do coração
partido”. Cientificamente conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo,
ela acomete nove mulheres para cada homem, principalmente as que estão
no período pós-menopausa.
“Ao sofrer uma situação inesperada de estresse intenso, por uma perda ou
briga, ocorre uma descarga de hormônios estimulantes, como a
adrenalina, dificultando o funcionamento do coração, fazendo com que a
pessoa sofra um leve infarto”, explica o Dr. Wing Carvalho Lima,
cardiologista do Hospital do Coração do Brasil.
Fortes emoções podem fazer com que o corpo sofra uma descarga de
adrenalina, que atrapalha o bom funcionamento do coração após um
estresse extremo. O coração não está preparado para receber esta alta
quantidade de hormônios, o organismo reconhece esse efeito como uma
intoxicação, causando o infarto. Falta de ar, cansaço e dor no peito são
os principais sintomas, pois as artérias do coração ficam obstruídas
dificultando o bombeamento e a passagem do sangue. Felizmente, os
infartos causados são leves, uma vez que as artérias não estão
entupidas, facilitando a rápida recuperação.
Não existem fórmulas prontas para se prevenir. O perfil psicológico do
paciente que não consegue lidar com as adversidades da vida é o
principal fator para torná-lo mais predisposto a desenvolver a síndrome.
“Pessoas explosivas, que lidam com o estresse de maneira intensa,
mulheres mais idosas e que já estão na menopausa têm maior
predisposição”, afirma o especialista. O diagnóstico é feito pela
avaliação médica dos sintomas apresentados e os exames de ecocardiograma
e cateterismo avaliam o estado físico do coração.
Pessoas que praticam atividades físicas diminuem as chances de sofrer
esta síndrome, pois, o corpo está acostumado com uma quantidade maior de
hormônios estimulantes liberados durante os exercícios. O tratamento é
realizado à base de medicações. Portanto, caso haja incidência grave, o
paciente é mantido sob observação médica até que as taxas de hormônios
do corpo se normalizem. Encarar os problemas com mais leveza é a melhor
forma de manter o coração saudável e feliz. “O acompanhamento
psicológico é indicado para que o paciente aprenda a lidar com situações
de estresse com mais tranquilidade e que novos casos desta síndrome
possam ser controladas”, conclui Wing.
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